Artigo sobre Doenças Respiratórias de Inverno

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    As principais doenças do inverno são as respiratórias, período que favorece a maior frequência de temperaturas baixas, com amplas variações do grau de umidade relativa do ar, condições propícias para a circulação de vírus e bactérias. O cidadão passa 80% da sua vida em ambientes fechados, o que pode agravar a contaminação pela via aérea. As faixas etárias mais comprometidas são as das crianças e os idosos.

    A competência do sistema imunológico nesta época é essencial. Fatores agravantes são a alergia respiratória (rinite, sinusite, asma), exposição a alérgenos (produtos químicos inaláveis, poeiras atmosféricas, pólen, fumaça da queima de biomassa e dos gases do meio ambiente, mofo, ácaros, penas de aves, pelos de cães e gatos) e poluição pelo tabagismo ativo e passivo. Confira abaixo sobre cada um dos fatores!

    Rinite alérgica: inflamação da mucosa nasal, de origem alérgica e hereditária. A sensibilidade aos alérgenos (intensidade e tipo) é própria para cada pessoa. As manifestações podem ser agudas (repentinas a uma exposição) ou de evolução crônica, que pioram com a ação de vírus ou bactérias. Espirros, coriza e coceira interna no nariz, que podem durar horas e dias. O tratamento deve ser orientado por médico (alergista, otorrinolaringologista) que vai orientar uso adequado de anti-histamínicos e corticoides nasais e como evitar exposição a substâncias alérgicas.

    Sinusite: inflamação de mucosa dos seios paranasais interligados com a região nasal profunda, predominando a causa alérgica, viral e bacteriana. Tratável com anti-inflamatórios, descongestionantes, antibióticos de acordo com a fase evolutiva. Nos casos crônicos e severos, poderá ser indicada drenagem cirúrgica.

    Influenza: quadro viral frequente, com vários graus de manifestações clínicas possíveis na dependência do tipo viral predominante. A forma grave, a Gripe A, altamente contagiosa e agressiva, comprometendo o estado geral, deprimindo o sistema imunológico, favorece o risco de grave pneumonia. O vírus sofre mutações genéticas a cada ciclo de 1 ano, daí a necessidade da imunização anual por meio da vacina (Tri ou Tetravalente). Os tipos de vírus circulando com maior ou menor intensidade são H1N1 e H3N2.

    População com maior risco que deve ser vacinada anualmente:

    • Idosos com mais de 65 anos
    • Imunodeprimidos (AIDS, Miastenia gravis)
    • Doentes crônicos (Diabetes, asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC, bronquite crônica obstrutiva e enfisema pulmonar, tabagismo).
    • Crianças com menos de 2 anos
    • Mulheres grávidas (que não podem usar medicamentos)

    Otite: mais comum em criaças, a partir de infecção viral e bacteriana com origem mais comum na orofaringe.

    Pneumonia: infecção pulmonar alveolar. Se extensa, pode causar déficit de oxigenação sanguínea e possíveis complicações, como a disseminação de bactérias via sanguínea (septicemia), que é um quadro muito grave. É possível a imunização para prevenção da pneumonia comunitária pela causa pneumocócica. Estão disponíveis ao público dois tipos; vacina pneumo 23 (doses de reforço cada 5 anos) e Pneumo 13, a partir dos 50 anos de idade e menores na primeira infância.

    Asma: doença respiratória alérgica, hereditária, exacerbada por diversos fatores: poluição ambiental (tabaco como a principal causa), circulação de vírus e bactérias, produtos químicos e físicos inaláveis, favorecido pelo frio no período de inverno e umidade relativa do ar (seco ou úmido).

    Meningite: é inflamação da meninge (membrana que reveste o cérebro) por infecção viral, bacteriana, fúngica ou parasitária. Inicia de forma súbita, febre alta e sinais neurológicos como cefaleia intensa, rigidez de nuca, vômitos e até alteração do nível de consciência. É necessário atendimento emergencial clínico e laboratorial, associado a medicação intensiva, indicado por conduta médica especializada.

    Dicas para prevenção das doenças de inverno:

    • Evitar locais fechados com excesso de pessoas no ambiente.
    • Não fumar e evitar locais onde alguém esteja fumando.
    • Promover a ventilação dos ambientes de forma natural, evitando o uso de ar condicionado.

    Jonatas Reichert é médico cooperado da Unimed Curitiba especialista em pneumologia.

     <andressa@nqm.com.br>