Open Banking: o que muda para o cliente do sistema financeiro em 2022

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    Luciano Furtado C. Francisco (*)

    No final de 2021, o Banco Central concluiu a quarta fase de implementação do Open Banking. A implementação total será ao longo de 2022.  O Open Banking, também conhecido como Sistema Financeiro Aberto, é um conjunto de regras e tecnologias que permite o compartilhamento de informações e dados dos clientes entre diferentes instituições financeiras.

    Para esse compartilhamento, é necessária a autorização do cliente. Por meio do Open Banking, empresas e pessoas físicas podem autorizar que seus dados sejam acessados por outras instituições. O consumidor pode decidir com quem compartilhar esses dados e pode cancelar a autorização a qualquer momento.

    Para os clientes, a vantagem é de ter mais agilidade na abertura de contas e contratação de serviços nas instituições, melhores taxas, mais liberdade para contratar serviços, mais oferta de soluções personalizadas. Para as empresas, vai facilitar a concessão de crédito, mais segurança nas transações digitais, padronização da tecnologia de comunicação, menores custos operacionais e chance de captar novos clientes.

    Uma das implementações realizadas do Open Banking é a possibilidade de pagamento pelo PIX, sem precisar abrir o aplicativo do banco. Muitas lojas virtuais já começaram a utilizar essa forma de pagamento, pela sua praticidade, redução do abandono de carrinhos e crédito imediato.

    Porém, há mais impactos do Open Banking no e-commerce. Vejamos alguns:

    • Redução das taxas de cartão;
    • Pagamentos mais personalizados;
    • O checkout pode ser ligado diretamente à conta corrente do comprador;
    • Os dados do cliente podem ficar armazenados para compras futuras;
    • Mais promoções e descontos para clientes que autorizarem o Open Banking e paguem as compras pelo PIX.

    Uma cadeia benéfica na jornada de compra com mais velocidade nas operações, mais consumo. Trocas, devoluções e ressarcimentos ficam bem mais fáceis também.

    As lojas virtuais podem criar produtos e soluções mais personalizadas, pois terão acessos a dados mais detalhados do cliente e seu comportamento financeiro. Também haverá mais segurança, pois o Open Banking será uma forma de validar os dados do cliente, o que reduz a ocorrência de fraudes.

    Enfim, uma melhor experiência de compra para o cliente.

    O e-commerce B2B também deve se beneficiar e aumentar esse mercado. O motivo é que hoje a maior parte dos pagamentos em lojas B2B é por meio de boleto a prazo. Para autorizar um parcelamento e definir o prazo de vencimento, o vendedor tem que fazer uma análise do perfil da empresa compradora e atualmente os dados para isso nem sempre são suficientes. Com o Open Banking, esse vendedor poderá fazer parcerias com as instituições financeiras autorizadas pelo vendedor para compartilhar seus dados, de modo que terá mais informações para uma análise melhor.

    O sistema financeiro aberto pode gerar vários negócios, inclusive para empresas que não são participantes do sistema financeiro, o caso dos e-commerces, devido à possibilidade de fazer parceria com as instituições participantes.

    Vamos esperar os próximos passos. Com a tecnologia, poderemos ter ainda mais benefícios gerados pelo Open Banking. O futuro dirá.

    (*) Luciano Furtado C. Francisco é professor da Escola Superior de Gestão Comunicação e Negócios do Centro Universitário Internacional Uninter

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