O câncer colorretal é mais comum do que você imagina

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    O que Pelé, Roberto Dinamite, Preta Gil e Simony, a eterna cantora mirim do Turma do Balão Mágico têm em comum? Acertou quem se lembrou de câncer de intestino.

    O câncer colorretal (intestino grosso e reto) está entre os mais prevalentes no mundo e entre os que registram maior número de mortes. No Brasil, com exceção dos tumores de pele não melanoma, é o segundo mais frequente e o terceiro tipo que mais causa mortes. São esperados para cada ano do triênio (2023-2025) um total de 45.630 novos casos anuais de câncer colorretal no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer – INCA), sendo 23.660 em mulheres e 21.970 em homens.

    O desenvolvimento desse tipo de tumor se dá a partir de pólipos (adenomas), lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. Mas, atenção: isso não significa que todos os pólipos viram tumores. Quanto mais cedo for detectado e tratado, maior será a chance de cura.

    O oncologista clínico Gustavo Vasili Lucas, do Instituto de Oncologia do Paraná (IOP), cita que a colonoscopia é o método padrão para o diagnóstico. “Quando são encontrados tecidos anormais e suspeitos, como os pólipos, é feita uma biópsia, que indicará a existência ou não do câncer”.

    Fique por dentro do que pode causar o câncer colorretal

    Para o INCA, a maioria dos casos desse tipo de câncer não tem causa conhecida, porém, a doença poderá ocorrer com mais frequência em pessoas com idade superior a 50 anos – portanto, fique atento se você está nesse grupo.

    Mas há outros fatores de risco também, que são:

    . Excesso de gordura corporal;
    . Consumo excessivo de carnes vermelhas e processadas, como bacon, presunto, mortadela, salame, peito de peru defumado, salsicha e linguiça;
    . Em geral, têm uma alimentação pobre em fibras;
    . Fumantes;
    . Consumo de bebida alcoólica.
    . História pessoal ou familiar de pólipos, doenças inflamatórias intestinais ou câncer de intestino.

    Hora de ligar sinal de alerta

    Dr. Gustavo Vasili Lucas ressalta que o câncer colorretal apresenta alguns sinais de alerta. Caso observe ou tenha algum dos sintomas abaixo, procure um médico para fazer avaliação.
    . Sangue nas fezes;
    . Mudança do hábito intestinal;
    . Dor ou desconforto abdominal;
    . Alteração na forma das fezes (observe se as fezes estão com formato de fita, achatadas, muito finas e compridas);
    . Fraqueza e anemia;
    . Perda de peso sem causa aparente;
    . Massa abdominal.

    Como fazer para diminuir as chances de ter câncer de intestino

    A palavra de ordem é prevenção! Adotar a prevenção primária, que nada mais é do que remover causas e fatores de risco de um problema de saúde individual, é muito importante e depende somente de cada um.

    Entre as ações de prevenção contra o câncer de intestino encontram-se:

    . Praticar de atividades físicas – pelo menos 30 minutos por dia ou 150 minutos durante a semana;
    . Evitar o consumo de carne processada;
    . Diminuir o consumo de carne vermelha;
    . Manter uma alimentação saudável, com consumo de alimentos de origem vegetal, como frutas, verduras, legumes e grãos;
    . De preferência, não fumar;
    . Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.

    Siga esta orientação

    Para quem está sentindo algum sintoma ou mesmo está fazendo exames periódicos, os famosos check-ups, vale ficar atento aos exames solicitados. A colonoscopia é um exame utilizado para identificar alterações, como tecidos inchados, pólipos e, até mesmo, lesões que sugiram câncer, no intestino grosso (cólon) e no reto, costuma ser solicitada regularmente a partir dos 50 anos.

    Importante: “quem tem parentes de primeiro grau com tumores desse tipo, doenças intestinais inflamatórias ou é portador de síndromes hereditárias deve começar a fazer a colonoscopia mais precocemente ainda”, destaca Dr. Gustavo Vasili Lucas.

    E como é o tratamento?

    . Tumores em estágio inicial são tratados com cirurgia, seguida ou não de quimioterapia. As cirurgias podem ser abertas, laparoscópicas ou até mesmo robóticas.
    . Quando há metástases, ou seja, as células doentes já se espalharam para outras partes do corpo, é adotado o tratamento padrão, que é a quimioterapia.
    . A terapia-alvo também tem sido usadas no combate dos tumores colorretais avançados, aumentando a expectativa de vida dos pacientes.

    Medicina personalizada

    Dr. Gustavo Vasili Lucas explica que com análises genéticas é possível criar tratamentos específicos para cada paciente. “Os painéis genéticos indicam quais pacientes têm determinadas marcações moleculares que os tornam candidatos ao uso de imunoterapia, medicamentos imunobiológicos que estimulam o próprio sistema imunológico a combater o câncer”.

    Do total de portadores desse tipo de doença, aproximadamente 5% são beneficiados com essa modalidade de tratamento. No caso de câncer associado à influência hereditária/genética, esse índice chega a 15%.

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