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Desafios de saúde infantil no Brasil: COVID-19 e dengue

Primeiro trimestre de 2024 foi marcado pela elevação do número de casos e de mortes provocadas pelas duas doenças

Desafios de saúde infantil no Brasil: COVID-19 e dengue
Foto: Camila Hampf/Hospital Pequeno Príncipe

O ano de 2024 começou desafiador para a saúde das crianças e adolescentes brasileiros. O país registrou uma nova explosão no número de casos quatro anos após o início da pandemia da COVID-19, em 11 de março de 2020. E para complicar ainda mais o quadro, vários estados brasileiros vivem uma epidemia de dengue.

Para ambas as doenças já existem vacinas disponíveis que reduzem de forma significativa a gravidade dos casos, evitando mortes. Mas ainda assim a adesão tem sido baixa. Por isso, o Pequeno Príncipe, maior e mais completo hospital pediátrico do país, reforça a importância da vacinação para salvar vidas.

A faixa etária para a imunização contra a COVID-19 é a partir dos 6 meses de idade, e para a dengue existe vacina a partir dos 4 anos de idade. “Vacinas salvam vidas. Não podemos admitir que as crianças percam sua saúde, desenvolvam sequelas permanentes e tenham sua vida ameaçada por doenças que podem ser evitadas ou amenizadas com a vacinação. A saúde e a vida são direitos de todas as crianças, e é dever dos seus responsáveis garantir esses direitos”, defende a coordenadora do Serviço de Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Pequeno Príncipe, Heloisa Ihle Garcia Giamberardino.

COVID-19

Nas primeiras oito semanas do ano, foram registradas 48 mortes de crianças com até 14 anos no Brasil por COVID-19. No mesmo período, apenas 11,4% dos pequenos com até 14 anos no país apresentavam o esquema de vacinação completo. Os dados são do levantamento feito pelo Observatório de Saúde na Infância, da Fiocruz.

No Hospital Pequeno Príncipe, o aumento de casos de COVID-19 também foi sentido, especialmente após o carnaval. De janeiro até o dia 15 de março, foram confirmados 191 casos, número maior do que o registrado ao longo de todo o ano de 2023, quando a instituição confirmou 126 ocorrências.

Segundo o médico infectologista Victor Horácio de Souza Costa Júnior, dos 35 pacientes que necessitaram de internamento neste ano, a maioria eram bebês que ainda não tinham recebido a vacina. “Além de vacinar os bebês a partir dos 6 meses de idade, é muito importante que pais e demais familiares estejam com o esquema de vacinação completo para aumentar a proteção da criança”, enfatiza.

Dengue

A dengue é uma doença frequente no Brasil, porém em 2024 o país vive uma das piores epidemias da história. Até o dia 13 de março, foram registrados 1,6 milhão de casos entre prováveis e confirmados, um número cinco vezes maior do que no mesmo período do ano passado. O número de óbitos também deu um salto de mais de 110%, passando de 233 para 491. Há ainda, segundo o Ministério da Saúde, outras 889 mortes em investigação.

Não existem informações disponíveis sobre a faixa etária de concentração dos óbitos, mas, conforme o Ministério da Saúde, as crianças de 10 a 11 anos representam o maior número de hospitalizações por dengue no país, atrás apenas dos idosos, faixa etária para qual a vacina não foi recomendada. No Pequeno Príncipe, 72 casos foram confirmados entre 1.º de janeiro e 15 de março deste ano, com 20 internamentos.

Vacinação contra COVID-19 e dengue

Para as duas ameaças – COVID-19 e dengue – as vacinas estão disponíveis de forma gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS). No caso da COVID-19, os imunizantes são oferecidos a partir dos 6 meses de idade. Já para a dengue, como existe uma limitação na produção de doses, o SUS está priorizando a vacinação de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Na rede particular a vacina está disponível para pessoas de 4 a 60 anos.

Sobre o Hospital

Com sede em Curitiba (PR), o Pequeno Príncipe, maior e mais completo hospital exclusivamente pediátrico do país, é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que oferece assistência hospitalar há mais de 100 anos para crianças e adolescentes de todo o país. Disponibiliza consultas e é referência nacional em tratamentos de média e alta complexidade, como transplantes de rim, fígado, coração, ossos e medula óssea. Com 369 leitos, incluído 76 em UTIs (Geral, Cirúrgica, Neonatal e de Cardiologia), atende em 47 especialidades e áreas da pediatria que contemplam diagnóstico e tratamento, com equipes multiprofissionais. Promove 60% dos atendimentos via Sistema Único de Saúde (SUS) e, em 2023, realizou cerca de 228 mil atendimentos ambulatoriais, 20 mil cirurgias e 307 transplantes. Também no ano passado, pela terceira vez consecutiva, a instituição figurou como o melhor hospital exclusivamente pediátrico da América Latina, em um ranking anual elaborado pela revista norte-americana Newsweek.

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