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Hepatites virais são fatores de risco para câncer de fígado

Infecções virais promovem uma inflamação crônica que provoca cirrose

O câncer de fígado está entre os 15 mais frequentes no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), e as hepatites virais tipos B e C são condições importantes para o desenvolvimento do hepatocarcinoma (HCC), a forma mais comum de neoplasia primária no órgão. Essas infecções virais promovem uma inflamação crônica levando à cirrose, o principal fator de risco para o HCC.

“As infecções crônicas pelos vírus das hepatites B e C são responsáveis por mais de 80% dos casos de carcinoma hepatocelular”, afirma a oncologista clínica Noelle Wassano, da Oncoclínicas Curitiba, referindo-se aos dados da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). “A hepatite A não se torna crônica e nem leva à cirrose. Portanto, não está relacionada ao aumento da possibilidade de desenvolver essa neoplasia”, complementa.

A cirrose hepática consiste na substituição do tecido hepático saudável por um tecido cicatricial suscetível a complicações devido à presença de inflamação crônica, estresse oxidativo e proliferação celular desordenada. Entre os fatores que ampliam as chances de ocorrência do hepatocarcinoma também constam o consumo excessivo de álcool, a doença hepática gordurosa não alcoólica, uso de esteroides anabolizantes, exposição a toxinas industriais e aflatoxinas, um tipo de fungo.

A hepatite é uma doença silenciosa, por isso, a prevenção e o diagnóstico precoce são importantes. As recomendações incluem a adoção de hábitos saudáveis como evitar o consumo excessivo de álcool, gorduras, manter um peso adequado, praticar atividades físicas, não compartilhar agulhas e realizar consultas médicas regulares. Outra orientação é buscar assistência médica se ocorrer algum contato com sangue e fluidos corporais de outras pessoas, para que sejam tomadas medidas a fim de identificar precocemente a doença, ou no caso da hepatite B, para que sejam administradas medicações profiláticas ou a vacina.

“É importante lembrar que existe vacinação para hepatite B, recomendada para crianças e adultos em grupo de risco”, destaca a oncologista. “Não existe vacina para hepatite C. Porém, através do diagnóstico e tratamento precoce, é possível reduzir o risco de desenvolver cirrose e câncer em alguns pacientes infectados”, complementa.

Cenário epidemiológico

O levantamento mais recente do Boletim Epidemiológico das Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, informa que no período de 2000 a 2022, foram diagnosticados, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 750.651 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 169.094 (22,5%) são referentes aos casos de hepatite A, 276.646 (36,9%) aos de hepatite B, 298.738 (39,8%) aos de hepatite C, 4.393 (0,6%) aos de hepatite D e 1.780 (0,2%) aos de hepatite E. Entre 2000 e 2021, ocorreram 85.486 óbitos por hepatites virais no país.

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