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Coqueluche: com aumento de casos, autoridades alertam para vacinação

Paraná já tem aumento de 500% nos casos de coqueluche em 2024

Baixa cobertura vacinal provocou aumento de casos de coqueluche em todo o Brasil. (Crédito: Geraldo Bubniak / AEN)

O Paraná tem enfrentado um aumento significativo nos casos de coqueluche, com surtos que preocupam a população e as autoridades de saúde. A doença teve um aumento de 500% este ano, em relação a 2023. Desta forma, as secretarias de saúde municipais e estadual reforçam que a vacinação é a principal forma de prevenção e pode evitar óbitos.

A coqueluche, uma infecção bacteriana altamente contagiosa, voltou a ganhar destaque devido ao recente surto em todo o Brasil. Segundo a Dra. Josiane Chiesorin Vaine Marchioro, pneumologista do Eco Medical Center, o aumento expressivo de casos se deve à baixa cobertura vacinal.

“De janeiro a junho de 2023, tivemos apenas quatro diagnósticos de coqueluche no Paraná. Este ano, esse número saltou para 24, um aumento de 500%. A meta de vacinação do Ministério da Saúde é de 95%, mas estamos com apenas 79% de cobertura. Parece que não é muita diferença, mas numa doença tão contagiosa quanto a coqueluche, isso se torna expressivo e a gente vê o aumento de casos”, explica a Dra. Josiane.

O que é a coqueluche

Diferente dos vírus comuns do inverno, a coqueluche, ou a “tosse comprida” (por ela se prolongar por semanas) é causada pela bactéria Bordetella pertussis. Seus sintomas iniciais são semelhantes aos de um resfriado comum, como febre leve, dor no corpo e coriza. No entanto, a tosse característica da doença, que pode causar náuseas e vômitos, é um sinal distintivo.

Depois da crise de tosse, a criança ou paciente faz um esforço grande para respirar. E isso gera um barulho na respiração que os médicos chamam de guincho, um dos sintomas que ajudam a identificar a doença e diferenciá-la de resfriados comuns. E a médica alerta que é uma doença altamente contagiosa. “Uma pessoa infectada pode transmitir a bactéria para 10 a 15 pessoas ao seu redor”, diz a Dra. Josiane, mostrando o impacto na demora do diagnóstico.

A vacinação é a medida mais eficaz para prevenir a coqueluche. No calendário vacinal, a vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite, deve ser administrada aos dois, quatro e seis meses de idade. Depois, aos 15 meses e aos quatro anos é aplicado o reforço com a vacina tríplice bacteriana, ou DTP, que protege contra a difteria, tétano e coqueluche.

Mesmo que tenham sido vacinados na infância, gestantes (a partir da 20ª semana de gravidez) e profissionais de saúde também devem receber a vacina DTPa (versão acelular da DTP para crianças). E diante do surto identificado em todo o Brasil, o Ministério da Saúde também recomendou, em caráter excepcional, que trabalhadores que atuam em berçários e creches com atendimento de crianças de até quatro anos também sejam vacinados.

Para tratamento da pessoa doente há medicamento específico para matar a bactéria da coqueluche. No entanto, a pessoa infectada deve ficar em isolamento respiratório para não contaminar as outras pessoas, visto que a contaminação se dá pelas gotículas de tosse, espirro ou da própria respiração.

A Dra. Josiane reforça a importância da imunização. “A vacinação é fundamental para controlar a disseminação da doença e proteger especialmente os bebês e crianças pequenas, que são os mais vulneráveis e podem chegar a quadros de insuficiência respiratória. Por isso, adultos infectados devem se cuidar muito para não transmitir a doença aos pequenos. E a vacinação em gestantes faz com que bebês já nasçam com anticorpos para a doença”, fala a pneumologista.

Coqueluche no Paraná

Em 2024, Curitiba confirma dez casos de coqueluche até 20 de junho, um aumento alarmante em comparação ao ano anterior, quando nenhum caso foi identificado. No Paraná, foram registrados 24 casos este ano, um aumento de 500% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando houve 4 casos. A maioria das confirmações vem de Curitiba e região metropolitana (18 casos), seguida da regional Ponta Grossa (4 casos). As regionais Maringá e Jacarezinho tiveram um caso em cada uma.

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