Além de diminuir as chances de engravidar, baixos níveis de Vitamina D durante a gestação podem influenciar no aparecimento de problemas como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e parto prematuro
Um trabalho conduzido pelo National Institute of Health dos Estados Unidos verificou que um nível abaixo do recomendado (30 ng/ml) em mulheres pode interferir nas tentativas de concepção de um filho. As mulheres que estavam acima desse nível tinha 10% de chances a mais de engravidar e um risco 15% menor de aborto espontâneo. “Existe um papel importante também dessa vitamina na fertilidade masculina, uma vez que ela atua nos testículos para auxiliar a manutenção da sobrevivência e das funcionalidades dos espermatozoides maduros, ao passo que sua deficiência está relacionada à diminuição da fertilidade masculina. Nesse sentido, a Vitamina D é de suma importância no planejamento da gravidez”, acrescenta o médico.
A própria atuação da vitamina D no sistema imunológico também pode ter impacto na concepção. “Isso pode evitar que a gestante rejeite a implantação do embrião, tanto na fertilização in vitro ou na gravidez espontânea”, explica o médico Dr. Rodrigo Rosa.
Já durante a gestação, níveis recomendados desse hormônio diminuem a incidência de problemas no período, como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia (pressão arterial elevada) e parto prematuro. “No caso do diabetes gestacional, ele acontece principalmente depois de 24 semanas, quando a placenta produz hormônios que são hiperglicemiantes. E esse aumento de glicemia fisiológica se não for contrabalanceada com uma qualidade de estilo de vida favorável, com exercícios físicos, dieta equilibrada rica em frutas, gorduras boas, vegetais, essa paciente pode desenvolver o diabetes gestacional e levar a complicações para o bebê”, afirma o especialista.
Para evitar a carência da substância, a Dra. Paola lembra que o recomendado é tomar 15 minutos de sol por dia. “Isso pode ser feito no momento em que você colocar o lixo para fora, levar o cachorro para passear ou estender as roupas”, afirma a dermatologista. “Não é necessário expor o corpo todo sem proteção: o rosto deve estar sempre com fotoprotetor e você pode expor o antebraço nesse período”, afirma o Dr. Rodrigo Rosa.
Com relação à suplementação nesse período, o ideal é consultar um médico. “A suplementação indiscriminada de vitamina D não é recomendada, pois, em excesso, pode gerar efeitos tóxicos (até insuficiência renal nos casos graves)”, diz a Dra. Paola. “Caso você acredite que seus níveis de Vitamina D estão abaixo do recomendado, consulte um médico, que poderá constatar ou não essa deficiência e a causa do problema para prescrever a suplementação adequada de acordo com suas características. No caso de casais tentantes, o médico especialista pedirá exames e, se for necessário, indicará suplementos para aumentar os níveis dessa vitamina”, finaliza o Dr. Rodrigo.
FONTES:
*DR. RODRIGO ROSA: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.
*DRA. PAOLA POMERANTZEFF: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), tem mais de 10 anos de atuação em Dermatologia Clínica. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Santo Amaro, a médica é especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, e participa periodicamente de Congressos, Jornadas e Simpósios nacionais e internacionais. http://www.drapaola.me/
Exames pré-natais são fundamentais para garantir a saúde da mãe e do bebê