O lançamento será on-line e a obra disponibilizada gratuitamente em versão digital
“A ideia foi apresentar uma abordagem tanto do saber científico, quanto do saber popular e tradicional, que se complementam e têm igual importância”, explica Katiuscia.
O livro contou com a colaboração de textos escritos por mulheres da área acadêmica e com formação na cultura popular pertencentes aos coletivos: Mulher Capoeira, de Curitiba; A Voz da Mulher (Internacional); Dona Maria, como vai você? (Rio Grande do Sul) e Mulheres da Garoa (São Paulo); além de convites pontuais direcionados a mulheres reconhecidas por suas ideias e práticas na roda da capoeira do Brasil.
O resultado é uma obra rica e completa, composta por poemas, pesquisas históricas sobre a inserção da mulher nessa manifestação cultural e esportiva brasileira, além de relatos de experiências sobre a temática.
O prefácio foi escrito pela professora Dra. Rosângela Costa Araújo, Mestra Janja na Capoeira, e pesquisadora do departamento de estudos de gênero e feminismo da faculdade de filosofia e ciências humanas da Universidade Federal da Bahia/UFBA. Ela também é cofundadora e coordenadora do Instituto Nzinga e Estudos da Capoeira Angola e Tradições Educativas Banto no Brasil/INCAB.
A mulher na capoeira
Hoje, a capoeira é reconhecida como esporte brasileiro e representa a cultura em mais de 190 países. Foi registrada como Patrimônio Cultural Brasileiro, em 2008, e como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, em 2014. Porém, por muito tempo, essa arte foi marginalizada.
A história da Capoeira se iniciou no século XVI e era praticada pelos escravos nas senzalas. Foi proibida por ser considerada um risco para os senhores. Neste contexto, se disfarçou de dança para obter o consentimento dos “patrões”.
A participação feminina sempre esteve presente. Há relatos históricos de mulheres que jogavam capoeira nos quilombos, outras que tiveram que se disfarçar de homem para poder praticá-la. Os registros dos jornais da época as citam como desordeiras.
Porém, o reconhecimento feminino na capoeira vai muito além da beleza e força que as mulheres proporcionam a essa manifestação. O respeito e a valorização feminina numa roda de capoeira, garante que esse espaço seja cada vez mais democrático e diversificado, representando tolerância e convívio social para os dias de hoje.
Lançamento
O lançamento da obra acontecerá de forma online no próximo sábado (7), às 19h. Pensando na sustentabilidade e na disseminação da informação, o livro será disponibilizado no formato digital e gratuito pelo site da Editora Dialética e Realidade: www.dialeticaerealidade.com.
Durante todo o fim de semana, haverá uma programação especial, aberta à comunidade geral. Para participar, basta acessar aqui.
Confira a programação completa:
Sábado – 07/08
Oficinas práticas
9:30 – Possibilidades de jogo a partir de movimentação da ginga (Profa. Kaká)
10:40 – Frevo, o filho da Capoeira (Mestra Áurea)
14:00 – Capoterapia (Profa. Sheirosa)
15:00 – Palestra com Mestra Janja – Ser mulher: desafios na sociedade e na Capoeira
Lançamento oficial
19h – Mesa de debate e lançamento do Mulher na Capoeira: produção de saberes, identidade e representatividade (vol. 1 e 2)
Domingo – 08/08
Oficinas práticas
9:30 – Jongo: história e ancestralidade (Contramestra Lissandra e Profa. Goiaba)
10:40 – Maculelê, virou dança para não morrer (Profa. Katy)
14:00 – Capoeira e funcionalidade corporal (Profa. Yroshima)
15:10 – Capoeira e ludicidade (Profas. Tica e Katy)