Estrela Leminski e Téo Ruiz lançam vídeo ao vivo de “Ah Você Amigo”, canção de Paulo Leminski

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    Estrela Leminski e Téo Ruiz

    Com uma rica obra poética, de prosa experimental, tradução e ensaios, Paulo Leminski se consolidou como um dos nomes mais importantes e vibrantes da literatura brasileira. O escritor, que teria completado 78 anos no último dia 24/08, experimentou diversas linguagens artísticas – e se destacou também na área musical. Uma das mais interessantes faixas de sua autoria é “Ah Você Amigo”, que ganha um vídeo ao vivo gravado na icônica Ópera de Arame por sua filha Estrela Leminski e Téo Ruiz. A música é um dos destaques do CD “Leminskanções”, de 2014.

    Assista ao vídeo ao vivo “Ah Você Amigo”: https://youtu.be/wN-zRYyNqRI 

    Para conhecer mais a obra de Leminski: https://pauloleminski.com.br 

    Como compositor, escreveu mais de 100 canções e teve suas músicas gravadas por nomes como Caetano Veloso, Itamar Assumpção, Ney Matogrosso, Paulinho Boca de Cantor e Moraes Moreira. Em 2015, Estrela compilou as canções do pai em um songbook com partituras e cifras que podem ser baixadas de modo gratuito.

    Confira uma playlist com faixas icônicas de autoria do poeta: https://spoti.fi/3PIL7Pl 

    Baixe o songbook de modo gratuito: http://www.pauloleminski.com.br/songbook/livro-cancoes-paulo-leminski.html 

    “Eu achei essa música numa fita K7 entre coisas que meu pai gravava coisas para si mesmo e para mostrar para amigos. Minha mãe (Alice Ruiz) disse que a história da música era real, de um amigo que ele preferiu se afastar por estar com algumas ideias bem estranhas”, conta Estrela sobre a letra da canção, extremamente atual.

    “No arranjo, fizemos uma referência sonora ao Elvis e aos Beatles, seguindo o que foi colocado na letra. A gravação também foi simbólica por ser na Ópera de Arame, esse lugar marcante que faz parte do Complexo Paulo Leminski”, complementa Téo Ruiz.

    Nascido na capital paranaense em 1944, Paulo Leminski fez de sua vida uma busca pelo sublime. Seja pela procura religiosa, vinda da vontade de ser monge que o levou a passar parte da juventude em um mosteiro, até a filosofia zen que marcou sua obra, passando pelo minimalismo do dia a dia dos haicais. A forma poética japonesa, aliás, teve no autor um de seus grandes divulgadores no Brasil. 

    Em 1975 começa uma série de lançamentos de trabalhos que se tornaram marcos na literatura brasileira com “Catatau”, em prosa, e dos escritos poéticos independentes  “Quarenta clics em Curitiba” (com o fotógrafo Jack Pires) em 1976 e “Não fosse isso e era menos não fosse tanto e era quase” e “Polonaises”, ambos de 1980. A repercussão destes trabalhos foram base para o seminal “Caprichos e relaxos” (1983). Quatro anos depois lança seu último livro em vida, o cultuado “Distraídos venceremos”.

    Como tradutor, Leminski trouxe para nossa língua textos de autores plurais como Matsuó Bashô, Beckett, James Joyce e John Lennon. Em 2013, a carreira de Leminski ganhou um renascimento com a cultuada coletânea “Toda Poesia”, best-seller com as obras poéticas completas, organizada por Alice Ruiz, que acompanhou toda a produção de sua obra. Esse trabalho apresentou o autor para toda uma nova leva de leitores. 

    Neste ano, seu trabalho ganha edições em todo o mundo com publicações na Itália, Espanha, Argentina e Estados Unidos. Para os fãs brasileiros, está programada a exposição Múltiplo Leminski que abre em outubro em Porto Alegre, no Centro Cultural da UFRGS. O vídeo ao vivo foi realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba.

    Letra:

    À você amigo que eu perdi na passagem de Elvis para os Beatles

    Alguém comigo e como eu andou

    Eu era a lira que só o vento me sabia manejar

    Eu era e hoje a calmaria

    Não me toca e toca a silenciar a imaginar a imaginar

    Você é daqueles que ainda lembram de uma guerra na Coréia

    Dos que pensam ter ideia do que vale a vida pra morrer

    Choveu mas você é feito de uma substância que não deixa passar umidade

    Calor, calafrio, calaboca

    Ou eu te meto o braço que resta do abraço amigo

    Ficha Técnica: 

    Estrela Leminski – voz e direção artística

    Téo Ruiz – voz, guitarra e produção executiva

    Diego Perin – baixo e vocais

    Ruan de Castro – guitarra

    Douglas Vicente – bateria

    Fernanda Cordeiro – trombone

    Nicolas Salazar – saxofone

    Produção – Aline Valente

    Figurino – Estrela Leminski e Zab Milita

    Germano Grandlaf – Captação de áudio

    Fred Teixeira – Mixagem e masterização

    Felipe Felino – Edição de áudio

    Effex Tecnologia – Backline e sonorização

    Vini Ruiz e Caio Gabriel – Assistentes de áudio

    Roger Sarolli Mion – Direção

    Luiz Mourão e Máximo Salomão – Câmeras

    Zab Milita – Direção de arte

    1. Augusto – Edição e finalização

    Migi FPV – Operador de Drone

    Projeto realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba

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