O exame de microbiota vaginal é capaz de identificar causas precisas, proporcionando tratamento assertivo
O Dr. Alessandro Silveira, consultor de genômica de microrganismos da Dasa Genômica, explica que a tecnologia do novo teste é a mesma usada para o sequenciamento genético da genética humana. O principal foco é uma avaliação mais criteriosa da comunidade microbiana como um todo, entendendo seu impacto nas manifestações clínicas.
Os microrganismos constituem um importante componente de defesa da mucosa vaginal, pois mantêm a acidez vaginal, atuando contra agentes agressivos e patogênicos, como Candida spp., por exemplo. “A candidíase de repetição é um problema muito comum, com prejuízo na qualidade de vida da mulher. Há também outra situação clínica frequente: as vaginoses. Originadas por um desequilíbrio da microbiota vaginal saudável, ocorrem devido a uma proliferação de microrganismos, como Gardnerella vaginalis”, comenta.
“Sabemos que existem vários tipos de microbiotas. Podemos enumerar de uma até cinco e, dependendo do tipo, é possível verificar se a paciente está mais pré-disposta a ter essas infecções. Ter esse conhecimento mais detalhado é essencial para auxiliar o médico nas tomadas de decisão, uma vez que terá pleno entendimento do que está acontecendo com as pacientes, diminuindo as chances de recorrência”, enfatiza.
Como é realizado o exame?
O exame é feito por meio de uma raspagem vaginal e pode ser colhido no consultório médico. O ginecologista pode colher a amostra junto à do Papanicolau, por exemplo, realizando a coleta em dois frascos separados. O microbioma vaginal vai ajudar na personalização do tratamento das pacientes e, consequentemente, na solução de corrimentos de repetição.