Concurso público para servidores do TJ-TO apresenta ilegalidades no edital e em resultados, mostram advogados

    0
    216

    O concurso público para o Tribunal de Justiça do Estado de Tocantins apresentou
    ilegalidades em sua organização que foram prejudiciais para candidatos. O escritório de
    Advocacia Vasconcelos Dias identificou irregularidades nas justificativas de reprovação de
    participantes, assim como no edital do concurso, que não previa recursos administrativos
    em relação à heteroidentificação.

    Durante o processo de heteroidentificação, análise fenotípica do candidato autodeclarado
    preto ou pardo, candidatos tiveram seus resultados indeferidos sem justificativas plausíveis
    da organização do concurso que pudessem ser usadas como argumentos em recursos
    administrativos. Além disso, o edital divulgado não previa esse tipo de recurso por parte dos
    participantes.
    De acordo com Bruna Dias, sócia do escritório que aponta as irregularidades da
    organização do concurso, a ausência de previsão de recursos no edital descumpre itens da
    Constituição Federal. “Todo certame deve dar a oportunidade para o candidato recorrer aos
    resultados como cumprimento dos Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa. […] Ele
    tem que ter o direito de se defender e argumentar o possível para tentar reverter este
    resultado”, afirma.

    Além das ilegalidades apontadas, Bruna explica ainda que não foram divulgados os
    currículos dos membros da Banca avaliadora do certame, que precisam cumprir requisitos
    dentro da lei para obter tal função. “Dentro desses requisitos legais, os membros devem ter
    realizado um curso de formação, disponibilizado pela administração pública, para saber
    como avaliar os candidatos na heteroidentificação e quais são os fenótipos para admitir ou
    não o candidato”.

    Após os resultados divulgados e o indeferimento de múltiplos candidatos que sentiram-se
    prejudicados pela escassa transparência da organização do concurso público do Tribunal
    de Justiça de Tocantins, a lei assegura que exista possibilidade recursos administrativos
    contra tais decisões.

    Com a ajuda de advogados especializados em concursos públicos, candidatos devem
    ingressar com uma ação judicial para solicitar a anulação dos resultados da
    heteroidentificação realizada durante o processo.

    Embora os critérios de avaliação para a heteroidentificação não tenham sido divulgados
    pelo edital do certame, normalmente o processo consiste na avaliação de questões
    fenotípicas, ou seja, características físicas do candidato, para determinação de cotas
    raciais, asseguradas por lei.

    O escritório de advocacia especializada em concursos públicos Vasconcelos Dias presta
    atendimentos de assessoria jurídica para formulação de recursos administrativos que
    buscam reverter eliminações injustas de candidatos em cotas raciais e PcD.

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui