Home Geral Quase 10% dos curitibanos apresentam diagnóstico de Diabetes, revela Vigitel

Quase 10% dos curitibanos apresentam diagnóstico de Diabetes, revela Vigitel

0
9,8% dos moradores de Curitiba possuem diabetes e 24,5% estão obesos, conforme dados do Vigitel. (Foto: Wikimedia Commons)

Obesidade e diabetes estão diretamente interligadas. Cerca de 90% das pessoas com diabetes possuem o tipo 2, relacionada ao excesso de peso, na qual a indicação de tratamento pode ser a cirurgia metabólica

Segundo dados do Vigitel, do Ministério da Saúde, cerca de 24,5% da população curitibana está obesa e 9,8% apresentam o diagnóstico do diabetes. A cada 10 casos, 9 são de Diabetes Tipo 2, que está diretamente relacionada ao excesso de peso. A ligação entre obesidade e diabetes é bem estabelecida na literatura médica, mas a compreensão dessa relação é fundamental para o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção e tratamento.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica no Paraná (SBCBM- PR), José Alfredo Sadowski, a obesidade é uma doença definida como o acúmulo excessivo de gordura corporal, resultante de um desequilíbrio, no qual a pessoa ingere mais calorias (nos alimentos) do que o corpo pode gastar.

Esse acúmulo de gordura, especialmente a gordura visceral – aquela que se deposita em torno dos órgãos internos -, está fortemente relacionado com a resistência à insulina, um precursor da diabetes tipo 2. A insulina é um hormônio essencial para o metabolismo da glicose, pois ela ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue. Sua eficácia é comprometida quando o corpo acumula grandes quantidades de gordura.

“Uma das complicações mais graves do diabetes são as amputações. Elas poderiam ser evitadas com a adesão dos pacientes aos tratamentos clínicos mais modernos e, nos casos em que não há controle, o acesso ao tratamento cirúrgico. Além do dinheiro público, existe também uma repercussão social, pessoal, familiar e de trabalho que é muito difícil de mensurar. Imagine perder um membro, como será ir ao trabalho? Como será o seu dia a dia?”, questiona. “Um dos tratamentos para evitar esse desfecho é justamente a cirurgia metabólica”, reforça Sadowski.

Resistência à insulina e inflamação

Pessoas obesas frequentemente desenvolvem resistência à insulina, o que significa que suas células se tornam menos sensíveis aos efeitos desse hormônio. Isso resulta em níveis elevados de glicose no sangue, forçando o pâncreas a produzir mais insulina para tentar compensar. Com o tempo, essa sobrecarga pode levar à disfunção das células beta do pâncreas, culminando na diabetes tipo 2.

Além disso, explica o cirurgião, a obesidade está associada a um estado inflamatório crônico de baixo grau. As células adiposas (gordura), especialmente quando em excesso, secretam uma variedade de substâncias inflamatórias conhecidas como citocinas. Essas citocinas contribuem para a resistência à insulina e podem danificar ainda mais o sistema metabólico, criando um ciclo vicioso que perpetua a inflamação e a disfunção metabólica.

Impacto na saúde pública

A relação entre obesidade e diabetes tipo 2 apresenta um desafio significativo para os sistemas de saúde em todo o mundo. A gestão dessas condições é complexa e onerosa, exigindo uma abordagem multidisciplinar que inclui mudanças no estilo de vida, intervenção médica e, em alguns casos, cirurgia bariátrica ou metabólica. A prevenção é, portanto, uma estratégia crucial. Promover hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de atividade física pode reduzir substancialmente o risco de desenvolver tanto a obesidade quanto a diabetes.

Pesquisadores continuam a explorar os mecanismos biológicos subjacentes à ligação entre obesidade e diabetes, buscando identificar novos alvos terapêuticos. Recentemente, avanços no entendimento da microbiota intestinal e sua influência sobre o metabolismo têm aberto novas fronteiras para intervenções dietéticas e medicamentosas.

Mas enquanto os estudos não são concluídos, a forma mais eficiente de controlar a diabetes, em pacientes cujo tratamento medicamentoso não foi eficiente, é a cirurgia metabólica. Sadowski mostra que ela é muito semelhante à cirurgia bariátrica e também é feita no sistema digestivo, com técnicas semelhantes. Porém a metabólica tem o objetivo de fazer o organismo voltar a regular a produção de hormônios. Assim, a glicemia no corpo é controlada e, em consequência disso, o paciente também acaba emagrecendo.

Saiba mais sobre o cirurgião José Alfredo Sadowski e as cirurgias bariátrica e metabólica.

NO COMMENTS

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Exit mobile version